A inspiradora história de Victória Farina, 26 anos, que adora viajar e ainda ajuda instituições em alguns dos lugares por onde passa
Victória Farina tem apenas 26 anos, mas coleciona mais viagens e sonhos realizados do que muita gente experiente. Nascida em São Paulo, ela se formou em Lazer e Turismo na USP e aprendeu a se planejar e a poupar dinheiro para alcançar tudo o que deseja.
Em 2011, aos 18 anos, decidiu trancar a faculdade por alguns meses e embarcou em uma grande aventura: foi viver em alto mar, trabalhando a bordo de um cruzeiro.
“Comecei a perceber que conseguia juntar um bom dinheiro com esse tipo de trabalho. Eu recebia acomodação e alimentação. Só precisava gastar quando surgia a oportunidade de algum passeio fora do navio”, diz.
Trabalhando no escritório de excursões do cruzeiro, ela ganhava quase mil dólares a cada 10 dias, em média, que é a duração de um cruzeiro. “Eu trabalhava demais, mas compensou. Aprendi a lidar com o dinheiro”, explica.
Foi durante esse período que Victória conheceu Bruno, que se tornaria seu namorado – e seu maior companheiro de viagens até hoje. Ele também trabalhava dentro do cruzeiro e, assim como ela, sonhava conhecer o mundo.
Do navio para o mundo
Quando o contrato com a companhia de cruzeiros acabou, Victória e o namorado já estavam praticamente de malas prontas para a próxima viagem: um mochilão pela América do Sul. Mas isso era apenas o começo de uma longa jornada juntos.
Ao retornar do mochilão, o casal decidiu que era hora de assinar outro contrato de temporada de trabalho em alto mar. Com o bom salário que recebiam no navio, cresceu a vontade de poupar dinheiro para o futuro a dois, sempre buscando um estilo de vida que permitisse conhecer novos lugares.
Foi assim que, em 2014, conseguiram um emprego temporário com uma das empresas patrocinadoras da Copa do Mundo no Brasil. “Trabalhamos por sete meses entre São Paulo e Rio de Janeiro”, conta Victória.
Depois da experiência na Copa, os dois conseguiram bons empregos fixos e, durante os três anos que se seguiram, pouparam muito e se planejaram para realizar um sonho maior: conhecer a Ásia fazendo trabalhos voluntários e passeando, em uma viagem sem data definida para acabar.
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Como economizar para viajar
Viagens não são baratas. Passagens, hospedagem, alimentação, passeios… Tudo isso tem um preço – e costuma ser elevado. Por isso, para conseguir conhecer o outro lado do mundo, o casal precisou abraçar a missão de poupar pelo menos 50% do salário que recebia.
“Sempre fui muito econômica. Não saio gastando para mostrar nada a ninguém. Prefiro guardar para quando eu precisar”, afirma Vitória. “Por exemplo, quando os amigos nos chamavam para baladas, eu dizia para comprarmos bebidas e nos encontrarmos em casa para bater-papo”.
Enquanto se preparavam para a grande viagem à Ásia, eles começaram a anotar todos os gastos em uma planilha, para terem controle das despesas. Quando algo começava a sair do controle, o casal logo analisava o que fazer para aquilo não se repetir no mês seguinte.
“Nos últimos 8 meses de planejamento, nós não saímos muito. Naturalmente, precisávamos ficar mais em casa para pesquisar nossos destinos na Ásia. Quando nos encontrávamos com amigos, costumávamos sugerir programas baratos. Eu sempre pensava: com o valor desse jantar eu conseguiria passar um dia conhecendo a Tailândia”, brinca ela.
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Enfim, Ásia!
Após tanto trabalho, planejamento e economia, a merecida recompensa enfim chegou. A primeira parada da viagem foi em Banguecoque, na Tailândia. Lá, o casal trabalhou de forma voluntária durante um mês, ensinando inglês para crianças em uma escola. “Foi uma experiência de outro mundo. O carinho dos tailandeses é muito grande, não consigo nem explicar”, diz Victória. Após as aulas, o casal ia passear para conhecer a cidade.
De madrugada, a jornada continuava: Victória ficava acordada toda noite até 2h da manhã fazendo trabalhos como freelancer para o Brasil, para continuar ganhando uma renda extra. Depois de Banguecoque, os dois continuaram viajando: passaram por Bornéu, onde trabalharam de forma voluntária em um ecolodge. De lá, seguiram para a Malásia e depois voltaram à Tailândia.
Atualmente, o casal segue vivendo no país e mantém o blog Na Proa da Vida, onde relata suas aventuras e dicas de viagem. Em Koh Phi Phi, ilha mais famosa e turística da Tailândia, eles encontraram um meio de ganhar a vida em meio ao paraíso, trabalhando com excursões turísticas e fotografia.
“Ainda não sabemos ao certo onde estaremos no futuro. Mas estamos amando viver aqui. Moramos bem, comemos bem, podemos comprar o que precisamos, como um drone, que é um investimento para as postagens do nosso blog”, diz Vitória. “E ainda sobra uma quantia para poupar!”, comemora a viajante.
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