Você só trabalha e não sobra nada no final do mês? Descubra para onde está indo o seu dinheiro, mude essa situação e saiba que hábitos ajudam a economizar
Seu salário nunca parece suficiente para pagar todas as suas despesas? É difícil chegar ao fim do mês com uma quantia para investir? Muito provavelmente, o “xis” da questão não está na falta de dinheiro e sim na forma como você o administra.
A chave desse dilema é saber controlar os gastos e utilizar os seus recursos racionalmente. “Muitas pessoas falam que ganham pouco, mas a educação financeira é capaz de mudar isso. É como um aumento de salário às avessas”, explica o educador e consultor financeiro Julio Santos.
A seguir, confira dicas do especialista para descobrir onde vai o seu dinheiro – e entenda como mudar o jogo e começar a entender como guardar dinheiro.
Pequenas despesas diárias, o primeiro ralo
O primeiro (e grande!) ralo do dinheiro é o hábito de gastar pequenas quantias no dia a dia sem nenhum controle. Sabe aquela nota de R$ 50 que você colocou na carteira e, de repente, já sumiu?
As pequenas despesas diárias, que parecem insignificantes, são grandes inimigas do bolso: um chocolate aqui, um pão de queijo ali, um refrigerante, um cosmético novo, mais um fone de ouvido, uma cervejinha após o expediente…
Gastos que parecem insignificantes – R$ 3, R$ 4, R$ 10 – quando somados, acabam pesando no final do mês. A alternativa é consumir com consciência, avaliando a real necessidade das pequenas despesas, sem deixar de ter prazer no dia a dia.
Se para você é importante um bom café espresso após o almoço, não abra mão dele. O importante é estar atento ao fator “pequenos gastos”. Quando você controla os pequenos gastos, consegue mais sobras para guardar dinheiro.
>>Falta de planejamento e excesso de otimismo: por que parece tão difícil guardar dinheiro?<<
Supermercado, economizar é possível.
Todo cuidado é pouco. Você deve estar pensando: mas fazer compras é essencial. Sim, é mesmo. Só que nem tudo o que você coloca no carrinho é realmente necessário.
Alimentação, limpeza e higiene são itens básicos, mas muitas pessoas não conseguem se conter e extrapolam. Seja porque um produto está em promoção (então você leva cinco em vez de um só) ou porque você não compara os preços.
Tem também o lance da empolgação. Você acaba consumindo coisas supérfluas, o fato é que o momento de fazer as compras merece muita atenção e planejamento.
Comece a ir ao mercado com uma meta (“Só vou gastar R$ 200”, por exemplo) e sempre faça uma lista do que é realmente necessário.
Outra dica é deixar o cartão de crédito em casa e levar às compras apenas a quantia de dinheiro estipulada para aquele dia. Assim, não tem como gastar mais do que o previsto.
Repense o automóvel
O carro é um grande gerador de despesas nas famílias. Será que você precisa mesmo de dois, três modelos na garagem?
Apenas um não bastaria? O seu estilo de vida não permite outras formas de transporte? Além dos custos com combustível, seguro, impostos e manutenção, a troca frequente de um veículo por outro também ajuda a levar o seu dinheiro embora.
Muitos brasileiros têm o hábito de financiar o carro em 60 meses (cinco anos) e, com isso, pagam os altos juros que estão embutidos no parcelamento. Mas, não raro, o carro é trocado por um novo antes do término desse período – o que, novamente, te faz perder dinheiro com um novo refinanciamento.
Comer, comer!
Restaurantes, bares e lanchonetes são deliciosos, é claro, mas também podem representar um rombo no orçamento doméstico.
Há quem coma fora de casa todos os finais de semana ou peça comida delivery por aplicativos – uma verdadeira tentação.
Quando se trata apenas de um casal, esse hábito já sai caro. Imagine então com filhos. Supondo que uma ida a um restaurante custe cerca de R$ 150, a família que sai toda sexta, sábado e domingo chega a gastar até R$ 1,8 mil por mês só com esse tipo de passeio.
Que tal trocar tantas saídas por refeições preparadas em casa? Você não precisa deixar de frequentar os restaurantes, mas pode ir menos vezes. Reunir a família para fazer uma receita é muito divertido, traz momentos prazerosos e ainda te ajuda economizar.
Casa própria
Ela é o sonho de boa parte dos brasileiros. Mas a falta de planejamento e a pressa em conquistar esse bem costumam arruinar as finanças de muitas pessoas.
Na tentativa de “sair do aluguel”, há quem aja de maneira precipitada e recorra aos longos financiamentos, de 20, 30, 35 anos.
Nesse tipo de parcelamento, estão embutidos juros altíssimos e que esvaziam o seu bolso. Para se ter ideia, atualmente, a grosso modo, uma família que paga R$ 100 mil de entrada em um imóvel de R$ 500 mil e financia em décadas os R$ 400 mil restantes, pode acabar pagando, no final das contas, mais de R$ 1 milhão – o suficiente para comprar duas casas em vez de apenas uma!
Por outro lado, se a pessoa aplicasse bem o dinheiro por 6 ou 7 anos, ela poderia comprar a mesma casa sem pagar juro.
Gostou das dicas para controlar os hábitos financeiros? Com elas, você vai, aos poucos, aprendendo a magia de guardar dinheiro e economizar.