Que os cães-guia têm um papel importante no dia a dia de muitos deficientes visuais você já imagina. Mas você sabe como eles surgiram?
Podemos dizer que, entre 1920 e 1930, os pesquisadores Emanuel Georg Sarris e Jakob von Uexküll se dedicaram pra descobrir formas de interação entre cachorros e humanos – esse estudo foi baseado no temperamento dos cães e sua maior ou menor facilidade de treinamento – e, no início do século, foi criada a primeira escola de cães-guia, inspirada em ex-soldados alemães que perderam a visão.
Ademais, os primeiros cães-guia chegaram ao Brasil por volta dos anos 1950.
Com tanta participação na história, mas menos visibilidade do que deveriam, esses animais são responsáveis por alertar seus tutores sobre obstáculos, perigos distantes, cheiros esquisitos, carros em alta velocidade, entre outros.
Mas para que esse pet consiga fazer tanta coisa, é preciso que seja fornecido um treinamento logo no início de sua vida. A seguir, descubra como é feito esse treinamento de cachorro-guia e o motivo de inseri-lo na vida de uma pessoa com deficiência visual.
Como é feito o treinamento dos cães-guia?
Segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), no Censo de 2010, 6,5 milhões de brasileiros têm alguma dificuldade de enxergar. Já o número de cães-guia, atualmente, fica em torno de 200 animais.
Essa carência se dá pela escassez de divulgação dessa prática, bem como a falta de investimento em pessoas capacitadas para adestrar esses animais.
Os cães-guia são adestrados desde os três meses de idade, podendo chegar a um ano e meio de treinamento. Nessa fase, são levados a um lar temporário, onde irão aprender comandos básicos e treinar suas habilidades de socialização.
Posteriormente, esses cãezinhos são levados a uma academia canina especializada em treinamentos de cães acompanhantes – é lá que eles aprendem todos os comandos necessários para ajudar o futuro tutor.
Ademais, entre as raças mais escolhidas para se tornarem cães-guia, estão: Golden Retriever, Labrador, Border Collie e Pastor Alemão.
Como é o dia a dia com um cão-guia?
Depois de todas as fases do treinamento citadas acima, o cão-guia está preparado para colocar suas habilidades em prática e virar o parceiro de todas as horas do seu tutor. Dentre elas, estão:
- Ajudar o tutor a andar dentro e fora de casa;
- Ajudar o tutor a entrar em transportes públicos;
- Ajudar o tutor a atravessar a rua;
- Desviar de obstáculos, sejam outras pessoas, buracos, meios-fios e outras elevações ou fissuras;
- Não se distrair com barulhos, cheiros ou outros animais;
- Ficar sempre à esquerda e um pouco à frente do tutor, aguardando sinais de comando;
- Evitar que o tutor entre em situações perigosas, mesmo que seja necessário desobedecê-lo;
- Reconhecer cerca de 200 nomes de objetos que servirão como comandos de voz.
Cão-guia está na lei
É importante destacar que a livre circulação desse pet acompanhante está prevista em lei. Segundo o artigo Art. 1º LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005, “é assegurado à pessoa portadora de deficiência visual usuária de cão-guia o direito de ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei.”
O que não fazer com um cão-guia?
É importante que os cães-guia não sejam tocados por outras pessoas enquanto trabalham para que não venham a se distrair, tirando a sua função de alerta.
Também é interessante saber que não se deve dar petiscos fora de hora aos cachorros, pois eles têm seus próprios horários – que devem bater com os horários de seu tutor.
Como cuidar de um cão-guia?
Mesmo sendo criado com várias regras, não quer dizer que seu amigo não precise de momentos reservados ao lazer, bem como carinho e atenção.
Assim como qualquer animal, o cão-guia tem necessidades básicas que devem ser respeitadas, bem como deve fazer exercícios e relaxar. Além disso, chegará a hora que o pet precisará descansar e se “aposentar”.
Cães-guia idosos, com problemas de mobilidade e baixa visão, precisam parar. Nessa hora, é recomendado que ele vire apenas um pet do tutor ou então que seja levado a outra família que levará em consideração as necessidades de um pet idoso.
Resumindo, a pessoa com deficiência visual deve procurar por um cão-guia mais novo e ativo para exercer essa função.
Como vimos, os cuidados com a saúde de um cão-guia são os mesmos de um pet que não tenha essa responsabilidade. Sendo assim, é fundamental ter um bom plano de assistência para possíveis emergências.
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